hoje, sem apelo visual


tá, menti. olha o apelo aqui:

#FasQueremRespeito
#MenosDrogasEMais
#7ArtistasFavoritos
iPad 4
Curitiba
Fusion Drive
MacBook Pro de 13
Nexus 7
Tim Cook
PDK Produções

são os trending topics do twitter de hoje. não quero chegar em nenhum lugar senão no próprio twitter e em especial, os dois primeiros trends. aliás, seria interessante comentar a tecneofilia que os tuiteiros andam exibindo e exigindo, mas não. e já adianto que esse papo não vai levar em nada, portanto, pare de ler por aqui pra não perder tempo

vamos ao primeiro e ao terceiro tuíte (mentira nº2):
#FasQueremRespeito
#7ArtistasFavoritos

não venha com aquele papo de "ah, mas são adolescentes". a maioria dos tuítes que vi eram sobre música, mas vamos falar de outras mídias também. começando pelo básico: o que é uma obra? segundo os maiores especialistas, estudante, pesquisadores e outros desentendidos da área, uma obra é uma obra. só isso, nada mais. confundir a criatura  com o criador é como confundir um omelete com a bosta que ele gerou

há questões de mercado, de uma necessidade doentia de se identificar com a primeira atração, mas nada nos explica porque diabos confundir a obra, o obreiro e sua própria vida. já conheceu alguém que tatuou um cachimbo no ombro porque magritte tinha um bom rebolado, ou porque ele é bonito, bem vestido, participa de x ou y movimento? alguém se veste cotidianamente como lígia pape porque acompanha suas instalações? porra, quando crianças, gostávamos de chaves. imagina a gente tatuando um barril, dormindo no quintal do seu barriga pra pegar autógrafo...

pra concluir, quem faz a obra? tá, podemos chamar de artista, mas com isso, não podemos excluir todos os outros artistas. se dona ana faz crochê nos fins de semana, é uma artista. sabe aquele mendigo que vende artesanato? artista. essa palavra ganhou um poder muito forte e aparenta estar impregnada de uma coisa que chamamos amalucadamente de sucesso (a.k.a. exposição midiática) e portanto vamos usar compositor e não artista. voltemos a música: o técnico de estúdio, o estilista, remasterizador, todos são compositores e isso não significa que ninguém coleciona fotos de paul blair. tudo bem que a música não esteja mais reduzida a uma estética do som, existem categorizações genéricas que passam por diversos critérios antes de alcançar o som. o que entristece por demais é saber que a composição do próprio som já é baseado nessas categorizações. pra mídia pop, só há previsão de retroalimentação, de reprodução do que já foi feito, ou seja, ela já morreu e ainda tão rezando sua missa

agora a conclusão de fato: não tem como entender porque o fã de algum artista ou compositor merece respeito só por isso, ou se o fanatismo dele merece respeito. rocamboles me mordam! não existe isso! "olha te respeito por não viver sua própria vida e ficar seguindo esse povo aí. aliás, você sabia que eles foram criados e requentados diversas vezes pelo mercado, pela gravadora, pelo selo, pelos produtores e que a roupa que eles usam, as músicas que eles tocam, os penteados, o jeito de falar, tudo é produzido em equipe? mas isso não faz diferença! vamos parecer o máximo o possível com os desconhecidos que aparecem nessa capa do cd e exigir respeito por isso"

pra terminar, #MenosDrogasEMais falta de esperança pra uma humanidade que vive vida de fã

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