rastro ou propaganda 2

Tirou os óculos pra ler melhor o motivador do encontro. Era sobre um evento do primeiro de maio, com músicos, palhaços, ilusionistas, essas coisas. Sem que terminasse de ler, outro rapaz cutucou seu ombro. Muito agitado, com a roupa toda suja e bagunçada. Ele que veio correndo e gesticulava com as mãos, rostos e pernas, falava tão pouco com a boca, era a imagem do movimento. Já ela, ainda pousada no quarto passo.
- … então, moça, preciso de ajuda!
- O que aconteceu?
- Ora, o moço da padaria tá passando mal, moça!

 Lembrou que estava indo até lá tomar um café. Cinco, seis, oito, nove, dez, passos bem mais rápidos desde o hiato. Padaria lhe é estranho. Sempre chamara este lugar de café: Café do Juca. Se por um excesso de extroversão conversasse com algum funcionário, talvez saberia de quem é o café, se é um café ou uma padaria e se o dono chama Juca. Desse desconforto à tentava acreditar que com o tempo conheceria alguém. De certo modo nem gostaria de conhecer e ainda receava de ter que se acostumar com outro dono.

Um comentário:

Pablo Treuffar disse...

a tendencia é essa mermo