Tirou os óculos pra ler melhor o
motivador do encontro. Era sobre um evento do primeiro de maio, com
músicos, palhaços, ilusionistas, essas coisas. Sem que terminasse
de ler, outro rapaz cutucou seu ombro. Muito agitado, com a roupa
toda suja e bagunçada. Ele que veio correndo e gesticulava com as
mãos, rostos e pernas, falava tão pouco com a boca, era a imagem do
movimento. Já ela, ainda pousada no quarto passo.
- … então, moça, preciso de
ajuda!
- O que aconteceu?
- Ora, o moço da padaria tá
passando mal, moça!
Lembrou que estava indo até lá
tomar um café. Cinco, seis, oito, nove, dez, passos bem mais rápidos
desde o hiato. Padaria lhe é estranho. Sempre chamara este lugar de
café: Café do Juca. Se por um excesso de extroversão conversasse
com algum funcionário, talvez saberia de quem é o café, se é um
café ou uma padaria e se o dono chama Juca. Desse desconforto à
tentava acreditar que com o tempo conheceria alguém. De certo modo
nem gostaria de conhecer e ainda receava de ter que se acostumar com
outro dono.
Um comentário:
a tendencia é essa mermo
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